4.12.11

O Sacrifício

(...) A história falava de uma princesa, a única que restava ao pai idoso. O chefe adorava a filha e escolheu com cuidado um marido para ela: um jovem chefe guerreiro da tribo Clatpsop que a amava. As duas tribos se juntaram para as comemorações do casamento. Mas, antes do começo da festa, uma doença terrível começou a matar muitos homens.


Os anciãos e os chefes se reuniram para discutir o que poderiam fazer contra a doença devastadora que dizimava seus guerreiros. O curandeiro mais velho contou que seu pai, perto de morrer, já bem idoso, havia previsto uma doença terrível que mataria seus homens, uma doença que só poderia ser vencida se a filha de um chefe, pura e inocente, oferecesse de boa vontade a vida pelo seu povo. Para realizar a profecia, ela deveria subir voluntariamente num penhasco acima do Grande Rio e pular para a morte nas rochas abaixo.


Uma dúzia de jovens, todas filhas dos vários chefes, foram trazidas diante do Conselho. Depois de demorados debates, os anciãos decidiram que não poderiam pedir o sacrifício tão precioso, sobretudo porque não sabiam se a lenda era verdadeira.


Mas a doença continuou se espalhando implacável entre os homens, e finalmente o jovem guerreiro, o futuro esposo, caiu doente. A princesa, que o amava muito, soube no fundo do coração que algo precisava ser feito e, depois de lhe dar um beijo na testa, afastou-se.


Demorou toda a noite e todo dia seguinte para chegar ao local indicado na lenda, um penhasco altíssimo acima do Grande Rio e das terras mais além. Depois de orar e se entregar ao Grande Espírito, ela cumpriu a profecia sem hesitar, pulando para a morte nas rochas abaixo.


Nas aldeias, na manhã seguinte, os doentes se levantaram saudáveis e fortes. Houve grande júbilo q comemoração, até que o jovem guerreiro descobriu que sua adorada noiva havia sumido. À medida que a percepção do que acontecera se espalhava rapidamente entre o povo, muitos empreenderam a jornada até o lugar onde sabiam que iriam encontrá-la. Enquanto se reuniam em silêncio ao redor do corpo destroçado na base do penhasco, seu pai, tomado pelo sofrimento, gritou para o Grande Espírito, pedindo que o sacrifício dela fosse lembrado para sempre. Nesse momento, do lugar de onde havia pulado começou a jorrar água, transformando-se numa névoa fina que caía aos pés deles, lentamente formando um lago maravilhoso. (...) 
William P. Young (A Cabana)



3 comentários:

  1. Ainda não li esse livro, minha filha leu e vive dizendo p eu ler, parece mesmo bem bonito! boa semana amiga!

    ResponderExcluir
  2. Muito bonito!
    Despertou minha curiosidade!
    abçs!
    Cravos

    ResponderExcluir
  3. Um livro no mínimo interessante, com uma visão bem particular de Deus. Gostei e também recomendo. Abraços de luz filhota!

    ResponderExcluir